P. Riscada

P. Riscada
Pedra Riscada, um gigante de Minas

Ipê

Ipê
Paisagem com ipê florido

Paisagem com cáctus

Paisagem com cáctus
As grandes montanhas, as serras , os vales

Torre

Torre
A santa cruz do Norte

sábado, 9 de abril de 2011

A visita de um especialista

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Reginaldo na Pedra do Sr. Delson
Ataléia-MG (abril de 2011)

Reginaldo de Vasconcelos Leitão, orquidófilo e orquidólogo de Governador Valadares, esteve visitando a cidade de Ataléia na primeira semana de abril de 2011. Ele veio com o propósito de descobrir novas espécies de orquídeas nos afloramentos rochosos próximos da cidade. Ele já havia descoberto, na região, duas novas espécies, que foram descritas cientificamente pelo taxonomista Marco Antonio Campacci. São elas: a Pseudolaelia Aromatica Campacci e a Pseudolaelia Ataleiensis Campacci. Foi a primeira vez que ele visitou Ataléia. Só conhecia as regiões montanhosas próximas dos distritos do município, locais onde foram feitas suas descobertas anteriores. Atraído pelas orquídeas e bromélias desde a infância, ele não esconde seu fascínio por essas plantas, pelas viagens e pela natureza em sua totalidade. Além de membro da SOVAL (Sociedade Orquidófila Valadarense), ele ministra palestras e vive a viajar por Minas Gerais e por outros estados do Brasil, ou como palestrante, ou como jurado em concursos e festivais envolvendo essas plantas ou procurando novas espécies. E com isso vai fazendo amigos por onde passa e colecionando parceiros na luta pela defesa do meio ambiente. Tive a oportunidade de conhecer o jovem orquidólogo durante os dias em que ele esteve em Ataléia e percebi sua dedicação e persistência, aliadas ao grande conhecimento que tem sobre as plantas e sua imensa consciência sobre a real necessidade de preservação  do meio ambiente. Subimos duas montanhas próximas da cidade. Ficou constatado que Ataléia, apesar de muito explorada e devastada em  seus campos, vales e rios, possui ainda pequenos nichos ecológicos onde se esconde uma infinidade de vida animal e vegetal, que bravamente sobrevive graças a fatores como altitude, inacessibilidade e  rusticidade. Ele conseguiu reconhecer mais de vinte espécies diferentes de orquídeas e  também mais de  dez bromélias diferentes. Ao todo foram três montanhas exploradas em três dias consecutivos.  Além de mim,  mais dois   colaboradores ajudaram o jovem nas suas buscas: Tekinha e Jeferson. E foram eles os mais valorosos, pois guiaram-no  ao topo da montanha mais difícil: a Pedra do Poterrão. E no alto dessa pedra, a surpresa: a descoberta de uma nova espécie de orquídea! Uma nova pseudolaelia! Uma pequena flor do poterrão. Além da nova orquídea descoberta, Reginaldo acha que pode haver alguma nova espécie de bromélia também, pois recolheu algumas espécies desconhecidas por ele no alto dessa montanha. Quanto à nova pseudolaelia,  que tal o nome de Poterranensis? Seria uma homenagem aos índios botocudos que há muito viviam aos pés da grande rocha. Espero que os botânicos, orquidólogos e orquidófilos ouçam o ecoar dos tambores rufando harmoniosamente em seus ouvidos no momento do batismo da pequena flor. E até a próxima aventura no Mundo das Montanhas.   


Pedra da Televisão
Pedra do Poterrão (Abril de 2011) (*) Foto de Reginaldo

2 comentários:

Jeferson Ferreira Xavier disse...

Seria mais do que justo o nome sugerido (Poterranensis), seria uma forma de homenagear esta linda e fascinante pedra (Pedra do Poterrão) e também esse povo simples e acolhedor que vive aos seus pés. Espero que atendam ao nosso pedido e façam essa homenagem, o Poterrão merece.

Reginaldo Vasconcelos disse...

Amigos de Ataléia, desde já agradeço o carinho no qual fui recebido e a generosidade de todos em contribuir com o melhor conhecimento da biodiversidade dessa bela região. A descoberta e redescoberta de algumas espécies nas pedras de Ataléia, revela a importância da preservação e de maiores estudos. Outra nova espécie de orquídea foi descrita em homenagem para Ataléia, desta vez é a diminuta Dryadella ataleiensis, que é um orgulho para todos! As possíveis espécies de bromélias novas citadas no texto já foram descritas, mas vale citar que são espécies muito raras e que estavam há anos sem informações sobre elas.
Quero agradecer especialmente ao Renato e sua família, pela acolhida e disposição em me ajudar nesse trabalho e aos amigos aventureiros Jeferson e Darlos (Tekinha)que me acompanharam na Pedra do Poterrão. Espero em breve poder estar na companhia de todos novamente. Abração e muito obrigado!
Reginaldo de Vasconcelos Leitão